quarta-feira, 7 de março de 2012

Resposta para Amanda

 
Recebi um comentário da Amanda no texto “Faltam homens ou mulheres legais?”. Sua crítica foi extensa e contundente, e por isso merece atenção especial. Entretanto, minha prolixidade não me permite responder em uma mera caixinha de comentários. Como ela levanta dois questionamentos que acredito serem comuns a outros leitores (resumidamente, que eu não passo de uma “revoltadinha” e que eu não deveria ser psicóloga por ser tão intransigente e incisiva em minhas críticas), resolvi dedicar um post para respondê-la, pois pode servir a outras pessoas.

O comentário foi o seguinte:

"Bruna,
É impressionante como suas opiniões são parecidas com as opiniões que ostentava quando tinha meus 15,16 anos!
Eu era uma menina extremamente do contra. Enquanto minhas amigas ouviam pagode, eu escutava Pink Floyd, enquanto elas usavam vestidinho e salto alto, eu usava all-star e cintos de rebiche. Era comum fazer longas reflexões sobre a vida, sobre capitalismo, sobre futilidade, sobre querer ir morar em uma daquelas reservas (?) anti-capitalistas onde os alimentos são plantados e cultivados. Eu cresci revoltada, anti-social, apedrejava carros que passavam com “músicas” altas e não me aproximava, de maneira alguma, de pessoas que considerava produtos do sistema capitalista/consumista.
E olha que ainda levantava a bandeira do “Não ao preconceito”.
É verdade que por trás de toda essa revolta havia muitos ressentimentos, muitos traumas, muitas coisas não resolvidas dentro de mim. No entanto, isso não me dava o direito de ter agido com tamanha hostilidade com pessoas que sequer conhecia! Eu não me deixei viver tanta coisa!...
Hoje, com 23 anos, estou planejando minha cirurgia para a prótese do silicone. Calma, não puxe os cabelos. Não me tornei uma mulher-fútil-interesseira-robotica-plástica-sem opinião. Apenas amadureci. Não que o amadurecimento esteja ligado ao uso do silicone, por Deus. Tenho minhas razões para fazer a cirurgia e elas não envolvem somente à questão da estética.
Tudo o que consegui foi devido ao meu próprio esforço. Formei-me na faculdade com meu próprio dinheiro, enfrentei dificuldades, venci batalhas, superei doenças. Hoje sou uma mulher independente, com a mente aberta, tentando me livrar de estigmas e definitivamente muito mais feliz!
Eu vejo em seus textos muito preconceito camuflado em pseudo- revolucionarismo, perdoe-me a sinceridade. Onde raios você se baseou para afirmar que mulheres que gostam de se arrumar e, conseqüentemente, se maquiar, são fúteis??! Devemos todas sair pelas ruas iguais umas mocorongas, com o cabelo desgrenhado e olheiras assustadoras só porque é “revolucionário”???. Amiga, entenda o que eu demorei muito a atender: A SUA VERDADE NÃO É ABSOLUTA. O certo e o errado, se não os levarmos ao extremo, são sim relativos! Espanta-me saber que você é psicóloga.
Como você trataria uma paciente que chegasse ao seu consultório com peitos de silicone, cabelo “acinzentado” de luzes e maquiagem à la patati-patatá? Você falaria “Vá de retro satanás” ou tentaria entender os motivos que levaram essa pessoa a ser/se comportar daquela maneira? E por que não pode ter essa mesma postura no seu dia-a-dia?
Anyway, falei de mais.Platão com certeza mandou bem na frase que intitula seu blog e acredito piamente que questionar as próprias atitudes também estão inclusas na significação da frase.

Tenha uma boa vida!"

Meus comentários seguem abaixo.


1)    Mulher que se arruma e se maquia é fútil.

Eu peço que me mostre quando e onde eu disse que mulher que se arruma e se maquia é fútil. Quando e onde, aliás, eu disse ou dei a entender que devemos ser “mocorongas” para sermos revolucionárias?

Eu não sou contra a vaidade propriamente dita. Eu mesma sempre faço escova no cabelo, adoro comprar uma roupa nova (pois é) e já fiz algumas (várias) sessões de depilação a laser. Maquiagem admito que não uso no dia-a-dia pelo simples fato de não achar necessário (exceto em ocasiões especiais).

Mas não acho que quem se maquia é fútil. Um delineador de olhos e um batom não fazem mal à ninguém, pelo contrário. O que eu acho fútil, e é o que critico, é aquela necessidade de estar sempre com aquela maquiagem extremamente carregada, estilo Emília do Sítio do Pica-Pau Amarelo, para todas as situações, inclusive as mais insignificantes.

Cansei de ver meninas e jovens moças chegando à faculdade à noite, após um longo dia de trabalho e minutos antes de começar a aula, obstinadas a retocar a maquiagem (com instrumentos tão diversos que alguns deles sequer sei o nome). Ora, pra quê? É só uma aula, você está aqui para estudar! Algumas estão tão maquiadas logo cedo (e para os compromissos mais corriqueiros) que só podem ter acordado 5 horas da manhã para isso.

 Ora, isso é escravidão à estética, é incorporar o conceito de que mulher só tem valor se for atrativa sexualmente; que tem que enfeitar o ambiente sexualmente a todo instante de sua vida; é reforçar o conceito de que nosso único poder é pela beleza. Chegar ao ponto de só se sentir bonita com quilos de maquiagem e encará-la como indispensável para os mais insignificantes compromissos é experienciar uma insolente falta de auto-aceitação.

Explica perfeitamente o que quero dizer.


Não acho que devemos ser feias para sermos revolucionárias. O que tento mudar é justamente o conceito de beleza: arrumo meu cabelo, uso roupas novas, pinto as unhas, combino as cores do sapato, mas não preciso passar batom, pó, delineador, blush, cílios postiços e salto de 10 cm para sair de casa.

O problema é que, hoje em dia, muitas mulheres não sabem a diferença entre ser vaidosa e ser fútil. O que se tem em mente é que, para ser vaidosa, é necessário cair na futilidade, o que é um grande equívoco. É muito possível que os dois conceitos não caminhem juntos, isto é, podemos sim ser vaidosas sem sermos fúteis.

O problema, portanto, não está na vaidade. Não na vaidade propriamente dita, mas na confusão que se faz de não saberem cuidar da aparência sem cair em extremismos fúteis e desnecessários.

2) O espanto por eu ser psicóloga

Evito falar de minha vida pessoal no blog, mas o faço quando isso é relevante para o tema que abordo. Sim, eu sou formada em Psicologia, mas não atuo na área (para seu alívio). É muito difícil explicar resumidamente porque não, mas, se tivesse que resumir em uma questão, seria justamente isso: o psicólogo precisa ser neutro, precisa aceitar as pessoas em suas diferenças e singularidades sem prejudicar a relação com o paciente em função de seus próprios valores.

Isso vai totalmente contra meu traço de personalidade mais característico: sempre viso a mudança, e acredito que as pessoas podem – e devem - mudar. E, para isso, muitas precisam de um “empurrãozinho”, pois sozinhas não chegaram à determinado questionamento. A transparência é meu oposto, e é com muito orgulho que afirmo que é justamente essa parcialidade que já me possibilitou “iluminar” muitas pessoas, as quais nunca mais foram as mesmas após o momento que passei por suas vidas. Mudaram, para melhor.

Veja, minha angústia é tão ética que prefiro jogar meu diploma – conquistado após longos 5 anos de alegrias e tristezas, anseios e agonias – na gaveta do que fingir ser quem eu não sou, do que utilizar um método com o qual não concordo, do que agir de um modo que vai contra tudo o que acredito.


3)    “Tenho minhas razões para colocar silicone e elas não envolvem somente a questão da estética”.

Amanda, nenhuma mulher nunca vai dizer que quer colocar silicone porque  está na moda. As pessoas resistem à própria mediocridade. Admitir isso – mesmo que para si mesma – seria mesquinho demais. Logo, todas, por mais que tenham feito apenas por moda, irão justificar tal ato com as mais variadas desculpas. “Eu fiz por mim”, “foi pela minha auto-estima”, “sempre quis”, etc. Note que nenhuma delas invalida a influência da mídia.

“Foi pela minha auto-estima”. Claro, na televisão a esmagadora maioria das mulheres que nos sugerem como bonitas e símbolos sexuais têm silicone. As próprias poucas artistas brasileiras que ainda não fizeram a cirurgia comentam ser freqüentemente alvo da pergunta de “quando vão colocar”. Note que sequer está em pauta se elas querem ou precisam, a pergunta “quando” simplesmente já deduz que isso deveria acontecer mais cedo ou mais tarde. Logo, não é algo sobrenatural que as mulheres com pouco seio fiquem com a auto-estima baixa. A todo momento elas são incitadas a isso. Sendo assim, sua baixa auto-estima não vem de você mesma.

“Eu fiz por mim”. Engraçado, nos anos 80 o ideal de mulher bonita e sensual tinha seios pequenos. A própria Christiane Torloni já disse em entrevista que sempre teve complexo dos seios grandes, mas que hoje são símbolo de sensualidade. Pergunte para qualquer mulher acima de 40 anos e a resposta será unânime: seios grandes eram considerados feios, o que explicava grandes índices de cirurgia redutora de mamas.

E por quê há duas décadas as mulheres corriam para os cirurgiões plásticos para reduzir os seios, e hoje o fazem para aumentá-los? Ora, não é óbvio? Porque é moda, porque a mídia dita esta tendência, porque as mulheres são tratadas como seres infantis e eternamente faltantes, eternamente compelidas a fazerem esforços desmedidos para se sentirem aceitas socialmente – pela beleza, em primeiro lugar - seja por qual instrumento for mais conveniente em dado momento, pois fazem-nas acreditar que esse é seu único poder.

Dizer que você quer colocar silicone porque “é um desejo seu”, que “ é por sua auto-estima”, que é “o que você acha bonito” e que, portanto, é um desejo genuinamente individual e que não tem influência externa alguma, é tão ingênuo e falacioso quanto negar a relação óbvia de que, nos anos 80, as mulheres que tinham seios grandes tinham complexos e se sentiam feias, e hoje quem vivencia isso são as de seios pequenos porque em cada momento foi exatamente isso que a mídia pregava. Sério, alguém realmente acredita que essa relação é apenas uma misteriosa coincidência do universo?!

“Não é só por estética”. Se não é por estética, é por quê? É por ser confortável? Ora, ter 2 bolsões de látex debaixo da pele não me parece mais confortável do que ter seios sadios e naturais. É por saúde? Não me soa lógico, haja vista que todos os médicos concordam que as próteses podem mascarar possíveis indícios de câncer de mama, ou seja, você pode desenvolver nódulos e eles não aparecerão nos exames, ficarão escondidos atrás das próteses. É por status? É para se sentir adequada? É para ter assunto com as amigas? Independente da resposta, nada contestaria o exposto acima. 

Os únicos motivos sinceros e legítimos para se colocar silicone, acredito, é em casos de extirpação das mamas devido à câncer ou outro infortúnio ou, ainda, naqueles casos raríssimos em que problemas hormonais não estimularam em absoluto o desenvolvimento dos seios. Em qualquer outro caso, as desculpas simplesmente não colam.

4)    Sou preconceituosa.

Vocês são engraçadas. Reforçam padrões mais preconceituosos impossível, mas ir contra eles é que é ter preconceito. De todo modo, é a velha história do Robin Wood: ele rouba dos ricos para dar aos pobres. Deve ser julgado do mesmo modo que os demais ladrões?

5)    Questionar as próprias atitudes.

Concordo plenamente com você quando diz que o título de meu blog deveria servir a mim também. Garanto-lhe que, antes de questionar os outros, questiono (e muito) a mim mesma. Não sou uma pessoa perfeita, longe disso, mas minha auto-crítica é ferrenha e por isso sempre tento ser uma pessoa melhor e mais coerente – virtude que poucos almejam, devo ressaltar.

Mas da mesma forma que você me vê como uma menina infantil, que camufla seus preconceitos de “pseudo-revolucionarismo”, que esconde seus posicionamentos atrás de questões pessoais não resolvidas, você também me soa como alguém que mudou – declinou, diga-se de passagem - para poder usufruir de um convívio social mais cômodo e justificar desejos vãos, contraditórios ao que outrora julgava corretos.


Considerações finais:

Acho realmente uma pena que sua fase de senso crítico não passou de uma rebeldia adolescente passageira. Se, como você defende, amadurecer é aceitar coisas que não deveríamos aceitar; se é deixar de ser “do contra”, isto é, ter opinião própria e divergente; se é nadar conforme a maré para levar uma vida mais fácil; se é se cegar propositalmente a reflexões para poder justificar seus próprios atos injustificáveis; então eu desejo intensamente chegar aos 80 anos com a mentalidade de uma menina de 15/16 anos.

11 comentários:

  1. Oi Bruna!
    De certa maneira, eu entendo o que a Amanda quis dizer. Fiz uns comentários meio nesse estilo no Blogueiras feministas onde uma garota atacava a todas que usavam maquiagem e se fazia de super entendida por não ser "fútil". Eu mesma também já fui assim e hoje penso diferente. Acho que Amanda quis dizer é que devemos entender o contexto da outra pessoa também, e não apenas critica-la pelas escolhas que fez (cm tentei fazer no Blogueiras feministas e fui atacada pela "escritora de mente aberta" ). Por ex: É meio complicado vc dizer que uma garota colocou silicone apenas por ser alienada. Mesmo que seja mesmo um fruto de alienação, muitas vezes isso só ocorre pq somos massacradas todos os dias pela mídia, que destrói nossa auto-estima. Eu mesma tenho seios bem pequenos, MESMO. Nunca quis colocar silicone, mas confesso que gostaria que eles fossem maiores. Isso pode ser reflexo de uma manipulação midiática, mas querendo ou não, essa manipulação causa efeitos na vida das pessoas. Não estou justificando ou dizendo ser certo, mas apenas dizendo que há muitos fatores que influenciam nessas escolhas.
    Gostei de todas as afirmativas que vc usou, todas são contundentes. E não estou de forma alguma lhe criticando. Nem acho que a Amanda tenha feito por maldade também. Ela apenas quis mostrar um outro ponto de vista. Só acho complicado alguém vir no seu blog e tentar "apontar o dedo na sua cara". Por isso que modero meus comentários. Bjo

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  2. As pessoas resistem à própria mediocridade." Muito bom Bruna. Essa também: "se é nadar conforme a maré para levar uma vida mais fácil".

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  3. Bruna,
    Em primeiro lugar, quero que saiba que leio seu blog por te achar extremamente inteligente e habilidosa com as palavras. Isso, no entanto, não anula o fato de que posso não concordar com algumas de suas opiniões.
    Você pediu para que te mostrasse onde você disse que mulher que se maquia é fútil.
    “Só caras imbecis gostam de mulheres fúteis. Os caras legais não as toleram. Nenhum homem em sã consciência gosta de esperar duas horas enquanto a mulher se arruma e, quando entra no carro, provoca crises de rinite nos outros por causa da maquiagem excessiva e desnecessária.”
    Felizmente, não faltei às aulas de interpretação de texto e entendo que você se mostrou contra as maquiagens “excessivas e desnecessárias’. Contudo, não consigo entender esse traço imaginário que você criou para delimitar a maquiagem fútil da não fútil. Por qual motivo, razão, circunstância, a mulher que passa um batom e um rímel para ir à padaria é somente vaidosa e aquela que gosta de se “emperequetar” um pouco mais já é considerada fútil? Concordo que essa última possa sofrer de falta de senso do ridículo, mas acredito que chamá-la de fútil é pré-julgar uma personalidade que você desconhece, ou seja, ser preconceituosa. (E eu não estou me isentando do grupo dos preconceituosos. A diferença é que eu luto contra meu preconceito em vez de alimentá-lo.)
    Confesso que meu instinto natural era olhar feio para aquelas meninas que iam de vestido curto e salto 15 na faculdade, mas eu procurava ser racional e travava uma batalha feia comigo mesma. “Amanda, você não a conhece, não sabe o que a menina passou na vida, não sabe dos seus medos, das suas inseguranças, das suas perdas. Não faça com ela o que você sempre odiou que fizessem com você”. E aí que um belo dia conversei com uma delas. Menina extremamente educada, prestativa e gentil. Teria perdido uma amizade verdadeira se tivesse deixado meu preconceito guiar minhas atitudes.
    Quanto à questão do silicone, seus argumentos mostram sua total falta de conhecimento com patologias envolvendo as mamas. Existe uma deformidade chamada assimetria mamária. Todas nós temos uma assimetria pois nossos lados sempre serão diferentes um do outro; No entanto, algumas mulheres apresentam um quadro exagerado e perceptível ainda que por cima das roupas. Eu não preciso dizer em qual dos casos eu me enquadro. Além dessa deformidade, existem outras inúmeras que definitivamente justificariam a cirurgia plástica, tais como: Ptose, mamas tuberosas, simastia, amastia, e mais um monte de anomalias que os seios podem apresentar.
    Quando escrevi meu comentário anterior, disse que estava planejando a cirurgia da prótese e isso já faz uns dois meses, mais ou menos. Fiz minha cirurgia há 20 dias e posso dizer que foi umas das melhores coisas que fiz na minha vida. Só eu sei como era minha relação com o espelho e como isso prejudicava minha vida em muitos aspectos. Existe uma frase clichê, porém sábia, que diz que cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é. Se está ao nosso alcance mudar o que nos traz dor, por que não? A “auto-aceitação” funciona com algumas pessoas, mas a psicoterapia não me ajudou a sanar esse meu trauma. E mesmo que a mulher tenha optado pela cirurgia somente por ter seios pequenos, por que isso seria fútil? Quem somos nós pra julgar a dimensão da dor de alguém, ou do trauma, ou da necessidade de se adequar?

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    1. Amanda,

      Não sabia que você tinha o hábito de ler meu blog, muito menos que gostasse de meus textos. E confesso que não imaginei que você fosse ler a resposta, justamente por achar que você não acompanhava o blog. Mas que bom que voltou.

      Sobre as deformidades nas mamas e demais anomalias, eu realmente não sabia que chegavam a esse ponto. Perdoe-me se desconhecia essas doenças e, principalmente, se você a tem. Reconheço minha indelicadeza e ignorância agora. Imagino como isso possa ser traumático e impactante para a auto-estima e agora consigo entender sua justificativa.

      Perdoe-me se julguei que você fosse mais uma das mulheres que têm seios absolutamente normais e saudáveis mas que mesmo assim se sentem doentes porque a mídia as faz se sentir assim.

      No entanto, a questão que enfatizo sempre, saliento, não é que o problema seja a mulher colocar silicone só pelo fato de ter seios pequenos, embora saudáveis. Mais que isso, o problema consiste no fato de que todas, sem exceção, dizem que o motivo pelo qual querem fazer não é porque está na moda e juram de pés juntos que essa vontade não tem influência externa alguma. Ora, claro que podem haver exceções de mulheres que não querem só por moda, o problema é que todas querem dizer que são a exceção. Tem muita exceção pra pouca regra! Daí não dá pra acreditar, né?

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    2. E sobre a maquiagem, em minha mente tenho razoavelmente claro qual maquiagem é saudável – e necessária – e qual é exagerada e desnecessária, mas não consigo explicar mais do que já fiz. Mesmo uma maquiagem “emperequetada” pode não ser fútil. Às vezes pode dar uma vontade de sair assim. O problema é quando esse se torna absolutamente o padrão, o rotineiro, a única forma de auto-aceitação. E aqui no Brasil as mulheres têm muito isso. Elas acham que precisam estar impecáveis até para ir à padaria, o que não se vê em outras culturas.



      Sobre aceitar as pessoas...você parece ser do tipo de pessoa que ama pessoas, e isso é lindo. Algumas pessoas vem à Terra com essa missão, o que é muito importante. Mas eu simplesmente não consigo ser assim. Veja, eu amo as ciências humanas. Amo estudar as pessoas e entendê-las, mas não gosto delas. Eu sou daquele tipo que prefere cachorros a humanos. Eu não amo as pessoas incondicionalmente só por serem humanas, eu tenho critérios para gostar delas. As pessoas que eu gosto, no entanto, eu amo.
      Reconheço que às vezes julgamos as pessoas sem saber, e depois nos surpreendemos que eram pessoas legais. Eu também já vivi isso. Mas a maioria não é exceção, e a maioria é realmente previsível. Eu já me desiludi muito com as pessoas acreditando que determinada pessoa seria legal, diferente, mas na verdade era como todas as outras. Por isso hoje não espero nada delas, pois a surpresa geralmente é negativa. Se for positiva, ótimo. Mas, via de regra, não é. E aprendi isso a duras penas.

      Bem, obrigada por voltar aqui e responder, esclarecer algumas coisas e promover este debate. É claro que prefiro receber elogios, mas as críticas só nos fazem crescer pois nos levam sempre a um de 2 caminhos: ou conseguimos rebater as críticas e provar ao oponente que ele está errado, reafirmando assim a veracidade de nossa própria opinião; ou reconhecemos os argumentos dele e mudamos nossa opinião. Em qualquer um dos casos, aprendemos e nos tornamos pessoas melhores.

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    3. Não entendo estas mulheres que se dizem questionadoras e no entando,são incapazes de problematizar os conceitos de vaidade impostos ao sexo feminino.Bom,vamos lá: Amanda,me diga que sem maquiagem para home ou alguma outra coisa para eles usarem apra sempre ficarem lindos para nós,mesmo quando não precisam.Me diga se homem usa silicone do memso modo que usamos.É tão difícil ver isso?

      E por que sempre quando comportamentos machistas da mulher está em palta aparece este lance de "julgamento"? Não vejo ninguém pensando 2 vezes antes de condenar atitudes racistas.Mas sempre quando a questão é machismo,vem este "não podemos julgar"," acoisa não é bem assim",etc,etc.Não conseguem ver que isso nos puxa pra trás? Ao meu ver,parece uma estartégia machista,uma chantagem emocinal com as feministas para elas se sentirem culpadas e se calarem.

      Machismo não é uma questão de opinião,não é um debate para se chegar á um ponto comum,é um preconceito sério,que faz vítimas todos os dias.Isos é que está faltando nesse país,as feministas reagirem á estes apelos emocionais baratos que coloca tudo o que é atrocidade machista(especialmente as praticadas pelas mulheres) como "opinião".

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  4. Continuando...

    Ao contrário do que você imagina, eu ainda tenho um senso crítico extremamente apurado. A corrupção me enraivece, a passividade e conformidade do nosso povo me irrita, a rede globo me enoja. Não considero funk como música e continuo não gostando de pagode, sertanejo, axé e derivados. O que mudou foi que hoje, tenho amigos que gostam de todos esses estilos musicais e a amizade deles é essencial para mim. Hoje, procuro agir em vez de praguejar. Participo de debates e protestos contra corrupção, faço trabalho voluntário e busco sempre fazer a minha parte para que essa loucura chamada vida se torne um pouco mais suportável. Você diz que eu declinei e eu afirmo que evolui. Você diz que eu passei a nadar conforme a maré e eu afirmo que somente passei a usar colete salva vidas para me ajudar a nadar contra a correnteza. Isso, Bruna, é amadurecer para mim. Perceber a hora de mudar antes que a gente se afogue.

    Pessoas dos comentários:


    Dayane, eu não apontei o dedo na cara de ninguém. Se a pessoa escreve em um blog e este blog é público, ela precisa estar aberta a receber opiniões divergentes. Se não quiser ter este tipo de “inconveniente”, escreva em um diário daqueles com cadeadinho. =P

    Marcus, argumente com suas próprias palavras. ;)

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    1. Oi Amanda, eu pesquei essas duas frases do texto da Bruna porque elas são, digamos, mais "genéricas" e podem ser usadas em outras questões também. Elas têm mais a ver com a filosofia que embasa o texto do que com o assunto discutido.

      Sobre o assunto do post, eu me interessei em lê-lo, mas não me interessei tanto assim a ponto de argumentar. Na verdade, eu bem que imaginei que seus argumentos tinham a ver com algo parecido com o que vc respondeu (assimetria mamária), mas não arrisquei me meter nesse assunto por respeito e também por total desconhecimento...

      Mas caso você queira realmente saber, eu concordo um pouco mais com a sua visão do que com a da Bruna. (Embora compreenda a Bruna, pois sinto uma repugnância parecida com essas questões de manter as aparências. Porém, no meu caso é com relação aos carros. É quase a mesma coisa: enquanto alguns compram por futilidade, para manter a aparência, existem outros que compram por realmente gostarem de mecânica, tecnologia, segurança, etc... )

      Sobre minhas palavras, também tenho um blog e escrevo algumas coisas por lá. O link tá ali no meu nome. Abração. :)

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    2. pela resposta,é fácil perceber que é alguém que se adapta ao sitema e vem fazer jogos emocionais para confundir quem faz algo contra ele.Espero que vc agora tenha aprendiso Btuna aindentificar estes "golpistas emocionais" que vem confundindo opoinião com preconceito e depois tentam confudir com o lance de "não devemos julgar ninguém".Já vi grupos feminitas serem destruidos desta forma.Devemos sempre ter dissernimento e não deixar levar por este "espírito de mocrático" que admite que tduo o que besteira vire "opinião divergente".Basta ligar noi canal do Senado que vc vai me entendr melhor.Machismo não é debate filosófico,é real e cruel.abrços.

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  5. "Eu vejo em seus textos muito preconceito camuflado em pseudo- revolucionarismo, perdoe-me a sinceridade. Onde raios você se baseou para afirmar que mulheres que gostam de se arrumar e, conseqüentemente, se maquiar, são fúteis??! Devemos todas sair pelas ruas iguais umas mocorongas, com o cabelo desgrenhado e olheiras assustadoras só porque é “revolucionário”???. Amiga, entenda o que eu demorei muito a atender: A SUA VERDADE NÃO É ABSOLUTA. O certo e o errado, se não os levarmos ao extremo, são sim relativos! Espanta-me saber que você é psicóloga. "

    Desculpe-me, Amanda, mas também não faltei nas aulas de interpretação de texto.

    Opinião divergente é uma coisa, Amanda, e acredito que a Bruna está super aberta a elas. Querer dar lição de moral é outra.
    Cm te defendi meu comentário inteiro, acredito mesmo que vc não tenha feito por maldade, acredito até que vc nem tenha percebido o tom meio agressivo que usou.
    Bem, eu não gosto desse tipo de crítica agressiva, acho que existem argumentos melhores a serem usados. mas isso é só o que eu penso.

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  6. o que me espanta: hoje qualquer baboseira machista pode ser considerada uma reles "questão de opinião".Me entristece ver feministas caindo neste golpe,e sempre tentar justificar sua posição para seres que existem apenas para nos confudir e dissimular nossa luta.Sei que o apelo emocialç deste povo é forte,mas nós temos que nos manter firme nos nosso propósitos.

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