quarta-feira, 17 de março de 2010

O rock n'roll de Guns n' Roses: só falta tocar no Faustão

Semana passada vi uma reportagem – cujo título me fez rir, aliás - sobre o “bolo” que o Axl Rose deu em seu próprio show no Rio de Janeiro. Isso mesmo, ele não foi ao próprio show. “Tinha que ser o Axl mesmo”, eu pensei. Como o título me chamou atenção, cliquei no link para ler a notícia inteira.


O show seria uma apresentação reservada para um público selecionado. Tal meu espanto: essas pessoas selecionadas (abaixo seguem as fotos) eram as pseudocelebridades que compõem o antro de narcisismo e futilidade da mídia televisiva atual (atorezinhos medíocres, modelos, apresentadores de programas de terceira categoria, namoradas de sei lá qual galãzinho da Malhação, cantores sem talento que só emplacam sucessos porque seus pais conhecem os donos das gravadoras, dançarinas de programas pavorosos como Caldeirão do Huck, etc). Ou seja, esse povinho escroto que não entende porcaria nenhuma de música – muito menos de rock- e que, pior ainda, 1 (um!) mês atrás estava dançando loucamente no Carnaval. E todos sabem – ou deveriam saber – que Carnaval não combina em nada com rock n’roll.


Para mim, como roqueira, isso provoca um sentimento de derrota irremediável. Apesar de que hoje não tenho costume de ouvir Guns n’Roses, ouvi muito essa banda na minha adolescência, e ainda guardo carinhosamente minha coleção discográfica – incompleta por causa de 1 CD apenas!- por essa banda ter marcado tanto uma época – para a música em geral e, especialmente, para mim.


Guns n’Roses é uma banda muito conhecida, mesmo no meio dos que não curtem rock. E isso tem seu lado negativo porque propicia o surgimento daquelas pessoas que dizem ser fã deles só porque gostam de “Sweet Child O’Mine”.Vendo por esse lado, eu poderia até compreender – aceitar, nunca! - a popularização do show até entre os carnavalescos, pagodeiros, sertanejos, axézeiros, funkeiros, ou seja lá com qual outro lixo essas pessoas se associam só por estar na moda. Compreender essa popularização, no entanto, não elimina o fato de que doeu demais ver aquelas pessoas (que há 1 mês estavam desfilando seus egos no sambódromo) num show clássico de rock só para tirar fotos para a Revista Caras.


Mas talvez o ápice do momento “nó na garganta” foi quando li que quem abriria o show seria o Sebastian Bach. Pô, logo o Sebastian! Skid Row foi minha banda preferida durante muitos anos e eu nunca tive sequer a oportunidade de vê-los...E esses bibelôs nem sabem quem ele é! Nos tempos em que o Skid Row estava na fase de seus maiores hits, esse povo estava ouvindo Grupo Molejo.


Mais uma vez me deparo com uma situação em que ficou clara a superficialidade, a falta de autenticidade e a mesquinharia das pseudocelebridades. Mas dessa vez a mediocridade me afetou diretamente. Só me resta cruzar os braços como uma criança de 5 anos e dizer: “Não é justo!”.