quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

E o mundo perdeu mais um...



Domingo, 06/02/2011, foi o dia em que perdemos mais um grande ícone da música. O Gary Moore, um dos maiores guitarristas de blues que esse mundo já conheceu, morreu em um quarto de hotel na Espanha. As causas da morte ainda são desconhecidas.

Parece ironia, mas meu último post, em que falo sobre minha jornada para ver o show do Europe, foi concluído com a idéia de que eu nunca mais iria para São Paulo para ver um show, exceto se fosse do Gary Moore. Afinal, em minhas próprias palavras, era “Deus no Céu e Gary Moore na Terra”. É muito triste pensar que nunca terei a oportunidade de vê-lo ao vivo, muito menos de conversar com ele (se é que eu poderia ter feito isso um dia).

No texto “A decadência da música”, eu também comentei que os ídolos do rock estão morrendo, e que mais angustiante do que isso é o fato de ninguém os estar substituindo. Vale lembrar que Dio também morreu há menos de 1 ano, em maio de 2010. Outra grande perda de alguém insubstituível. É claro que nem preciso comentar a injustiça desses últimos acontecimentos. Gary Moore e Dio morrem, mas Compadre Washington e outras “trasheiras” continuam vivos.

Devo muito ao Gary Moore. Ele me influenciou muito na música. Foi ele quem me fez entrar (e não sair mais) no blues, que me mostrou uma nova lógica de ouvir e fazer música, que me ensinou a fusão (maravilhosa) de blues e rock (seu inconfundível blues rock), quem me fez ter certeza que era guitarra o instrumento que eu queria tocar, e que me ajudou a amadurecer minha identidade musical. Se eu adentrasse profissionalmente no mundo da música, certamente iria fazer algo ao estilo Gary Moore.

Isso ia ser surpresa, mas muito em breve comprarei uma guitarra. Ainda estou estudando a melhor opção (custo X benefício, timbre, marca, modelo), mas esse é um sonho que sempre tive e agora finalmente vou poder realizar. Mesmo me sentindo um pouco desamparada por iniciar os estudos logo após minha maior referência morrer, me sentirei eternamente como a pupila de Gary Moore, e certamente sempre manterei presente na guitarra a subjetividade que aprendi com ele. Desde que comecei a cogitar estudar guitarra, eu pensava: “mesmo que eu veja que não levo jeito, quero pelo menos conseguir tocar ‘The Loner’ ”. E esse será sempre meu ideal.

Chorei ao saber da notícia. Ele vai fazer muita falta. Agora é “Gary Moore no Céu e na Terra”. Claro, nos corações dos bluseiros que aqui permanecem.