sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Exército de mulheres fúteis


Estou constatando uma situação muito desesperadora: as mulheres estão cada vez mais fúteis. Elas estão cada vez mais obcecadas por estética, consumistas, valorizando coisas (e pessoas) superficiais e vazias, e seguindo modismos sem crítica nenhuma. Fico espantada de ver como a maioria delas está absolutamente igual: pintando o cabelo de loiro (quase sempre “estilo canetinha”, uma espécie de luzes sobre a qual discursei no meu texto chamado “A culpa é da Anastácia”), estão sempre de dieta, usando as mesmas roupas e com peito de plástico, é, quer dizer, silicone (ou sonhando em pôr).



A beleza é a maior virtude e a maior fonte de aceitação social para elas. Para alcançá-la, elas fazem qualquer coisa: passam fome para não engordar, gastam horas no centro de estética fazendo drenagem linfática ou algo do tipo, gastam rios de dinheiro no salão de beleza todo mês, saem de casa parecendo a Emília do Sítio do Pica-Pau Amarelo de tanta maquiagem, chegam em casa com o pé moído de ter andado de salto alto o dia todo (mas não cogitam em hipótese alguma deixar de usar alto, afinal, o que importa é estar bonita, por mais que você esteja morrendo de dor), chegam na faculdade às 19h e ainda vão retocar a maquiagem, passam horas na academia malhando pra ficar com o corpinho padronizado que a mídia impõe que as mulheres devem ter.

Muitas querem ter sua independência financeira, querem trabalhar, mas juntam o primeiro dinheiro que começam a ganhar profissionalmente pra pagar a cirurgia plástica com a qual sonham desde os 14 anos. Muitas querem se estabelecer profissionalmente, mas acham que o homem deve ter, no mínimo, a mesma condição financeira que elas. (“Deus o livre” estar com um cara que ganha menos do que elas.)



Muitas acreditam ser modernas e politicamente corretas, acreditando que o casal deve dividir a conta dos lugares que freqüentam, mas acham um absurdo ter que dividir o motel ou ter que dividir a conta no primeiro encontro. Outras tantas acham um absurdo ter que dividir a conta em qualquer circunstância: acham que o namorado tem que pagar tudo, ou pelo menos sonham com como seria delicioso ter um relacionamento assim (“Já que eu gastei tanto tempo e dinheiro no salão de beleza, o cara não faz mais do que obrigação por pagar o restaurante”, elas devem pensar). Muitas têm seu próprio carro (porque ganharam dos pais ou porque conquistaram com seu próprio dinheiro), mas acham um absurdo ter que deixar o cara em casa; acreditam piamente que o homem tem o dever de ser o motorista particular delas. Revezar as caronas - ou seja, às vezes o cara as pega e as deixa em casa para eles saírem, e, outras vezes, ela pega e deixa o cara em casa com o carro dela – é, para elas, coisa de homem folgado.



O namorado é sempre o motorista oficial, até quando eles estão usando o carro dela. Ela só dirige quando está com as amigas, e nesses momentos se divide entre prestar atenção no trânsito, passar rímel e cantar junto com a Ivete Sangalo seu mais novo sucesso das rádios.
Elas só freqüentam bares em que toca o estilo de música que está na moda no momento. Ouvem sertanejo, música eletrônica, Rihanna, etc. Enfim, qualquer coisa que esteja na moda. Em outras épocas, quando tais cantores e tais estilos musicais não tocavam nas rádios, elas ouviam o que estava na moda na época. Adoram sertanejo, mas é claro que na época em que isso era música de diarista elas nem passavam perto desse estilo. O que importa é ouvir o que toca na MTV e nas rádios; qualquer coisa diferente disso, nem chega ao restrito conhecimento musical delas.


Só se interessam por homens que fazem o estilo “galã de novela das 8”. Mas não basta ser o Ken (afinal, elas são a Barbie), tem que ter carro. E o carro deles deve ser, no mínimo, do mesmo padrão que o delas. Se eles tiverem um Audi A3, um Honda Civic (branco!) ou um Vectra Hatch, pronto, elas gamam. Se ela tem um Renault Sandero e você um Gol 1998, pode esquecer.


As mulheres fúteis não têm posicionamento crítico sobre nada. Discordar de algo é quase improvável. Na roda de amigas, todas com roupa de academia e tênis Nike Shox, elas só concordam com tudo e respondem a seguinte frase pra qualquer que tenha sido o comentário: “ai amigaaa, se vai te fazer feliz, faça mesmooo!”.


Minha estratégia para propiciar alguma mudança nesse quadro é fazer um apelo aos homens. É claro, entretanto, que existem homens igualmente fúteis e que gostam de mulheres assim. Para esses, meu apelo seria em vão. Dirijo-me, portanto, aos outros homens – e sei que há muitos deles - que não simpatizam com a futilidade de certas mulheres e sofrem, de alguma forma, com isso. A esses, sugiro: rejeitem o comportamento fútil de suas namoradas, irmãs, amigas! Exijam autenticidade por parte delas, vocês têm liberdade de dizer que acham ridícula aquela bota com salto de travesti (o salto parece um casco) que elas usam só porque está todo mundo usando. Vocês não precisam ficar horas ouvindo reclamações de quantos quilinhos a mais elas ganharam e de quais exercícios elas tiveram que fazer na academia para queimá-los. Vocês não precisam entrar no mar sozinhos só porque sua namorada não quer perder um minuto de exposição ao sol; mostre a ela o quanto é bom nadar e que não voltar bronzeada da praia não é pecado. Vocês não precisam ser os únicos a ter que gastar o carro e a gasolina; ela também pode te buscar e te deixar em casa. Vocês não devem pagar por tudo; se a guria não gostou que você sugeriu a divisão da conta, parta pra outra, ela está mais interessada em sua conta bancária do que em você. Não tire seu CD do Deep Purple pra ela ouvir Cláudia Leite. Não se privem de ir à pizzaria quando tem vontade e arrastem sua namorada junto, mostre a ela que é absurdo deixar de comer uma pizza deliciosa pra comer salada.

É possível alguém achar esse troço bonito?


Homens, façam sua parte!Ajudem essas mulheres a largar o mundo da futilidade! Antes que eu me convença que vocês gostam de ser tratados como otários.